segunda-feira, fevereiro 22, 2010

Por eleições antecipadas na FMF

Chega!
Chega de atirarem areia para os olhos como se o público fosse parvinho.O senhor presidente da Federação Moçambicana de Futebol (FMF) não pode dizer hoje uma coisa e depois afirmar ao país que não disse o que disse. Este rol de negociações com o técnico holandês resultou num fracasso por razões de pura instabilidade interior de quem deveria ter a solução.
Negociar todos o podem fazer. Mas negociar o quê? Hoje quer passar a ideia que o salário foi o mais importante para determinar o “desmancho” da relação já tão precária entre as partes ao nível de relações humanas.Um profissional não se deixa “queimar” sabendo da desorganização que anda, no caso, no seio da entidade organizadora do futebol nacional.Alguém tem que colocar ponto final a tentativa sistemática de querer transformar a Federação como se tratasse de uma empresa privada que caminha na base da intuição de quem a dirige.Mesmo os menos conhecedores em matéria de gestão, não aceitariam fazer parte de um elenco que pratica acções de arrepiar, como a troca de favores para os tunisinos ganharem o jogo em Maputo, entretanto perdido e que os colocou fora do Mundial da África do Sul.O fim desta borrada tem que ser antecipado e tudo depende como as Associações Provinciais atreladas por promessas despertarem para o bem do futebol da pátria amada.
Há que abrir uma auditoria a gestão da Federação Moçambicana de Futebol.Num ambiente turvo como este não se pode dar tréguas.É uma postura infantil e inconsequente afirmar com tamanha altivez e gozo que tem uma lista de dez possíveis treinadores para orientar a equipa de todos nós.De entre o checo, britânico, holandês e brasileiro percebe-se que tudo é para distrair, pois o senhor presidente da Federação desde da derrota na Machava diante do Botswana não escondeu os contactos havidos para trazer alguém da terra de Lula da Silva. Se não fosse a bendita intervenção do velho Marcelino no jogo de Nairobi, onde os Mambas perderam, o holandês teria sido despedido logo após o jogo. Claro a Federação não é uma pessoa e muito menos constituída de empregados e submissos ao patrão.Precisa-se de um projecto a médio e longo prazo para o futebol moçambicano.É desejo de todos, a ambição dos jovens talentos.
Basta de impiricos!

sexta-feira, fevereiro 05, 2010

Embaraço


Wolfgang Schäuble, ministro alemão das Finanças, confirmou a compra de um CD contendo dados obtidos ilegalmente sobre contas bancárias de alemães na Suíça.Uma situação que está a embaraçar os bancos suíços, pois já administraram fortunas de ditadores, corruptos e barões da droga de todo o mundo.O parlamento suíço aprovou em 1988 a nova “lei de combate a lavagem de dinheiro” obrigando todos os bancos suíços a contactarem as autoridades caso haja suspeita de que o dinheiro depositado num banco tenha origem ilegal. A fortuna mundial administrada fora dos países onde habitam seus donos é calculada em 5,89 trilhões de dólares. Desse montante, 27% é administrado por bancos suíços (leia aqui).

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

Médico$

O Hospital Nossa Senhora do Livramento (Portugal) passa por uma situação caótica, parte dos funcionários lotados no centro de saúde estão sem receber salário há quatro meses e até mesmo os médicos estão sendo vitimas do abandono do governo do Estado. Um médico que está há três meses sem receber dinheiro abandonou o plantão diante da situação de inoperância. Descontentamento dos médicos do serviço público estadual de Juíz de Fora (Brasil) . Um dos problemas mais graves para quem trabalha no sector é que não recebeu o salário de Dezembro no período habitual. No caso dos médicos o vencimento básico inicial está a atingir um patamar insustentável. No Hospital Central de Nampula,(Moçambique) unidade de maior referencia ao nível da região norte do país, no ano passado, quatro médicos requereram a sua demissão do Estado, e semelhante cenário ocorre no Hospital Geral de Marrere, onde tem vindo a registar-se idêntica debandada a cada ano que passa. Os médicos nacionais queixam-se da demora dos respectivos honorários há cerca de três a meses ou mesmo da inexistência de subsídios para horas extras, da falta de habitação, entre outros benefícios de que desfrutam os seus colegas estrangeiros.

Marca indelével

"Samora é o fundador de Mo­çambique, da mesma forma que, Mondlane foi o fundador da Fre­limo e da unidade nacional. Esta é uma marca indelével da sua existência e vida. Pessoalmente, Samora foi a pessoa mais entu­siasmante e decisiva que conhe­ci na vida. Foi a pessoa que mais influência exerceu sobre mim". Afirmação de José Luís Cabaço numa entrevista ao jornal OPAÍS e que o aconselhamos a ler aqui. Mas na frente externa, Samora sempre seguiu uma política de angariar amizades e apoio para Moçambique, não só entre os amigos tradicionais, os países do bloco soviético e os países vizinhos unidos numa frente de integração regional, a SADCC, mas até entre os seus inimigos, sendo inclusivamente recebido por Ronald Reagan (leia aqui) e tendo assinado um acordo de boa-vizinhança com Pieter Botha, presidente da África do Sul nos últimos anos do apartheid . A guerra civil durou 16 anos, provocou cerca de um milhão de mortos e cinco milhões de deslocados e destruiu grande parte das infraestruturas do país.

Mal intencionadas

O Secretário-Geral (SG) do partido Frelimo, Filipe Paunde, defendeu, que a história de Moçambique é a melhor que podemos ter, contrariando as alegações segundo as quais ela é deturpada, pois, segundo ele, é contada por pessoas que fizeram parte dela. Falando à margem das celebrações do “Dia dos Heróis” e do quadragéssimo aniversário da morte de Eduardo Mondlane, aquele que foi o arquitecto da unidade nacional, Paunde afirmou que a história do país é a melhor, pois ela é relatada pelos seus fazedores. “A história que está sendo contada hoje é a melhor que podemos ter, porque está na primeira pessoa, são as pessoas que estiveram nessa luta, não é contada por terceiros”, disse Paunde. Acrescentou ainda que, apesar da existência de pessoas que querem deturpar a história, ela é a mais correcta, completa e justa. “A nossa história é a mais correcta e completa possível. Poderá haver pessoas mal intencionadas que querem deturpá-la, mas a verdadeira história é esta que é feita pelos próprios combatentes, aqueles que participaram, portanto, é a mais justa” acrescentou Paunde.

terça-feira, fevereiro 02, 2010

O Fim da linha

O jornalista Mário Crespo deixou de escrever a sua coluna de opinião para o Jornal português de Notícias (JN).A ruptura deu-se depois de o jornalista ter sido informado pelo director do jornal, , de que o seu texto não seria publicado. Leia a crónica de Mário Crespo que deveria ter sido ontem publicada no Jornal de Notícias:

Terça-feira dia 26 de Janeiro. Dia de Orçamento. O Primeiro-ministro José Sócrates, o Ministro de Estado Pedro Silva Pereira, o Ministro de Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão e um executivo de televisão encontraram-se à hora do almoço no restaurante de um hotel em Lisboa. Fui o epicentro da parte mais colérica de uma conversa claramente ouvida nas mesas em redor. Sem fazerem recato, fui publicamente referenciado como sendo mentalmente débil ("um louco") a necessitar de ("ir para o manicómio"). Fui descrito como "um profissional impreparado". Que injustiça. Eu, que dei aulas na Independente. A defunta alma bater de tanto saber em Portugal. Definiram-me como "um problema" que teria que ter "solução". Houve, no restaurante, quem ficasse incomodado com a conversa e me tivesse feito chegar um registo. É fidedigno. Confirmei-o. Uma das minhas fontes para o aval da legitimidade do episódio comentou (por escrito): "(...) o PM tem qualidades e defeitos, entre os quais se inclui uma certa dificuldade para conviver com o jornalismo livre (...)". É banal um jornalista cair no desagrado do poder. Há um grau de adversariedade que é essencial para fazer funcionar o sistema de colheita, retrato e análise da informação que circula num Estado. Sem essa dialéctica só há monólogos. Sem esse confronto só há Yes-Men cabeceando em redor de líderes do momento dizendo yes-coisas, seja qual for o absurdo que sejam chamados a validar. Sem contraditório os líderes ficam sem saber quem são, no meio das realidades construídas pelos bajuladores pagos. Isto é mau para qualquer sociedade. Em sociedades saudáveis os contraditórios são tidos em conta. Executivos saudáveis procuram-nos e distanciam-se dos executores acríticos venerados e obrigados. Nas comunidades insalubres e nas lideranças decadentes os contraditórios são considerados ofensas, ultrajes e produtos de demência. Os críticos passam a ser "um problema" que exige "solução". Portugal, com José Sócrates, Pedro Silva Pereira, Jorge Lacão e com o executivo de TV que os ouviu sem contraditar, tornou-se numa sociedade insalubre. Em 2010 o Primeiro-ministro já não tem tantos "problemas" nos media como tinha em 2009. O "problema" Manuela Moura Guedes desapareceu. O problema José Eduardo Moniz foi "solucionado". O Jornal de Sexta da TVI passou a ser um jornal à sexta-feira e deixou de ser "um problema". Foi-se o "problema" que era o Director do Público. Agora, que o "problema" Marcelo Rebelo de Sousa começou a ser resolvido na RTP, o Primeiro Ministro de Portugal, o Ministro de Estado e o Ministro dos Assuntos Parlamentares que tem a tutela da comunicação social abordam com um experiente executivo de TV, em dia de Orçamento, mais "um problema que tem que ser solucionado". Eu. Que pervertido sentido de Estado. Que perigosa palhaçada.

O "Jornal de Notícias" (JN) disse, numa nota publicada no seu site que era preciso «que fosse exercido o direito ao contraditório relativamente às pessoas ali citadas», lê-se na nota. Além disso, o jornal argumenta que «a informação chegara a Mário Crespo por um processo que o JN habitualmente rejeita como prática noticiosa; isto é: o texto era construído a partir de informações que lhe tinham sido fornecidas por alguém que escutara uma conversa num restaurante».Mário Crespo (aqui)teve o seu primeiro contacto com a informação no gabinete de imprensa militar do Comando-em-Chefe português em Moçambique , em 1972 .